A culpa é minha

Como mãe a tempo inteiro passo muito tempo com os meus filhos. Não é fácil como pode parecer.
É difícil sincronizar os estados de espírito, as vontades, o humor. Tudo. 
Acordei muitas vezes no pique da boa disposição enquanto um deles estava mal humorado e o outro só queria silêncio. Vice-versa. É normal. Somos seres humanos cheios de vontades. Vontades que mudam e que se diferem, afinal somos os três bastante diferentes em vários aspectos. 
Confesso que muitas vezes tentei levar a minha a avante, culpei-me por não sentirem a minha “boa disposição”, culpei-me por não ter filhos animados num passeio em família. Culpei-me vezes sem fim em diversas situações. Mas para quê?

Chegou a uma altura que realmente percebi que o truque era descomplicar. Aceitar as diferenças, dar-lhes espaço para terem os proprios sentimentos, as próprias frustrações. Descomplicar, para mim passou a ser a solução.
Se não querem sopa de feijão dou-lhes outra opção á minha escolha. Eles têm o direito de não gostar de sopa feijão. Cheguei ao ponto de aprender a seleccionar as “guerras” que valem ou não a pena para não me sentir tão culpada depois. Culpada por gritar com eles, culpada por não os perceber. Culpa, culpa e mais culpa. Não é deixá-los fazer o que querem. Apenas dar-lhes opções de escolha. Desde que quem escolha as diferentes opções sejamos nós, não vejo qualquer problema. Não complicar descomplica qualquer situação.

Aqui por casa o banho tem foi um ótimo exemplo disso. A Yara sempre adorou tomar banho, mas chegou a uma altura em começou a “fugir” dele. Era sempre uma “guerra”.  Haviam gritos, choro e acima de tudo uma frustração enorme que levava a um sentimento de culpa sem fim. 
Até que no outro dia comecei a pensar no assunto e a analisar a situação em si.  Resolvi fazer um teste. Troquei o banho da noite para a tarde. Foi remédio santo. Temos banhos felizes novamente. Cheguei à conclusão que a causa do “problema” era o sono. Tanto me culpava por ela já não gostar do banho, de fazer tanta birra de já não gostar da hora do banho e afinal a solução era tão simples - sono. A culpa não era minha. Não era eu que tinha falta de paciência.

Com o cansaço, noites mal dormidas, problemas é difícil pensar com calma em cada situação menos boa. Agimos por impulso, achamos que estamos a fazer alguma coisa bastante errada e ás vezes essas situações podem ter soluções simples. Nem sempre a culpa é nossa. Nem sempre somos nós que estamos a errar. 

Como mães temos sempre de dar o nosso melhor. O que não quer dizer que se alguma coisa correr menos bem seja algo que estamos a fazer de errado.

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